Dá-lhes Zé

Coluna de José Gabriel Quaresma

Alguns dirigentes do futebol português metem-me nojo. E a justiça que julga o futebol português também. Repugnam-me. Como sempre, assumo o que penso, e tento explicar o porquê de tanta repugnância. Vamos lá.
As Leis foram feitas para serem interpretadas e posterior e adequadamente aplicadas.Quem aplica a Lei e é responsável pelo equilíbrio da Justiça, na maioria dos casos, cria da Justiça a imagem o mais redutora possível, limitando-se apenas a “aplicar” a Lei, às vezes, interpretando-a conforme lhe convém, não fossem os “aplicadores da Lei” humanos também.
Desta vez, nem me dou ao trabalho de ir pesquisar, para ter informação que me permita escrever sobre os conteúdos que escolho.Desta vez porque estou de férias, mas sobretudo porque estou enojado com o que se vai passando vou directo ao assunto.Pouco me interessa saber quantos anos de prisão foram condenados “A”, “B” ou “C”, por acaso ainda hoje vi “C” aqui, no Algarve. Afinal estes três e todos os outros tiveram, imagine, pena suspensa. Mas praticaram crimes.

Todos estes “Ás, Bês, Cês e por aí fora” foram condenados pela branda justiça portuguesa. Isto é, praticaram crimes que ficaram provados em tribunal, ao longo de anos, e disso sobraram condenações que fazem envergonhar o mais descarado dos descarados. Envergonhar não, porque a pouca vergonha é muita. Condenados pela mão leve da Justiça, condenados de colarinho branco, que mandaram anos a fio no destino do futebol português, até o matarem em proveito próprio, e que apesar de condenados, vão continuar a tecer as suas teias, cada vez mais fracas.De nada vale aparecerem em roupão, de aparecerem rodeados de guarda-costas (alguns deles actualmente presos – boas companhias, portanto), de nada vale continuar a tocar uma tecla que tem a mola partida.
Caros senhores, eu estou farto de vocês.O futebol português está farto de vocês. Os espectadores e adeptos estão fartos de vocês. Pelos vistos até a Justiça está farta de vocês, porque afinal e, apesar de levemente, condenou-vos.Vocês, caras maçãs podres do reino tem o direito, como cidadãos, de continuarem as vossas vidas e pagarem pelos vossos actos.
Mas vocês, caras maçãs podres do reino não tem mais o direito, foi-vos e é-vos negado o direito, de continuarem a destruir o resto dos escombros do futebol português, que vocês próprios criaram.
A mim, pouco me importa a cor do apito. Ele apitou, e apitou bem alto. E ainda, acredito, vai voltar a apitar.Entrem de costas para pensarmos que vão a sair e, saiam mesmo. De vez.Porque ou muito me engano ou isto é como o Real Madrid e Ronaldo.No “Apito” os “Coronéis e seus jagunços”, sejam do norte, do centro ou do sul, estão apenas a ganhar tempo…
Eles vão voltar. Eles nunca partirão, e a culpa é da Justiça, não é minha, não é sua, nem é deles.
Mas, enfim, aqui no Algarve não há “Coronéis e jagunços”, quer dizer, há e hoje até vi um, mas andam disfarçados de calções fatelas e pólos “Lacoste”. Estamos de férias e eles também. Que país este, até férias eles têm.E não chegam sequer a ver o sol aos quadradinhos. Que pouca vergonha!
Foi um prazer partilhar estas linhas consigo.Volto de hoje a oito dias.Até lá tenha uma semana feliz.